Na última sexta-feira de 2016, mais um espaço público de
Canoas foi denominado. A praça localizada junto ao viaduto da BR-116, na
Avenida Getúlio Vargas, Bairro Niterói, no acesso a Canoas, sentido Porto Alegre-interior,
passou a se chamar Alfeu de Alcântara Monteiro. O projeto de lei é de autoria
do vereador Ivo Fiorotti, que foi aprovado em sessão na Câmara Municipal de
Canoas em junho de 2015. O espaço que antes de ser revitalizado pela gestão de
Jairo Jorge e Beth Colombo era usado como depósito irregular de lixo, agora também
conta com o busto do homenageado e uma placa.
Por motivos de saúde, Fiorotti não pode participar do
evento, mas estavam representando o mandato, a chefe de gabinete Vani Piovesan
e as assessoras Rosa Marcella e Magda Silva.
Durante a cerimônia, o tenente-coronel Avelino Jost, 90
anos, última pessoa a manter contato com Alfeu antes do assassinato dele,
contou como foram os últimos momentos do colega e disse que é testemunha de
processo que ainda está em andamento.
Alerta
O presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos,
Jair Krischke, agradeceu a Ivo Fiorotti pela iniciativa e à equipe da
Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que viabilizou a homenagem. Krischke afirmou
que a memória é fundamental no momento que o Brasil atravessa, reforçando que o
ato deve servir de alerta e marcar a memória de todos os brasileiros.
O prefeito Jairo Jorge fez uma homenagem a Jair Krischke,
por considerá-lo um exemplo de luta corajosa pelos direitos humanos, e a todos
que lutaram contra a ditadura. Disse que é necessário recompor a memória e não
permitir que os jovens que usufruíram da democracia não sejam porta-vozes dos
que defendem a ditadura. "Construímos este ícone para mostrar o exemplo de
toda a estupidez e a barbárie que representa a ditadura", concluiu.
Manifestaram-se também o secretário do Meio Ambiente, Carlos
Todeschini, e o presidente da Associação dos Ex-presos e Perseguidos Políticos
do RS, capitão José Wilson da Silva.
História
Gaúcho de Itaqui, o militar da Força Aérea Brasileira Alfeu
de Alcântara Monteiro foi o primeiro militar morto em defesa da democracia no
Brasil, vítima do golpe de estado de 1964. Ele foi assassinado três dias após o
golpe militar que derrubou o presidente João Goulart.
Monteiro levou seis tiros de outro oficial quando chegava à 5ª Zona Aérea de
Canoas (atual Ala III da Aeronáutica). Ele era nacionalista e defensor dos
direitos e garantias constitucionais. Engajou-se na linha de frente do
movimento pela legalidade que o governador gaúcho Leonel Brizola e o comandante
do III Exército, general Machado Lopes, encabeçaram em Porto Alegre contra a
tentativa de golpe militar em 1961.
O tenente-coronel foi um dos responsáveis por impedir que os aviões decolassem
de Canoas para bombardear o Palácio Piratini, sede da resistência legalista,
desobedecendo a ordens expressas emitidas por autoridades militares
superiores.
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